É imperioso que comece a nascer uma nova forma de estar e de intervir junto da sociedade civil, em matéria de Animação Sociocultural, sobre as questões socioprofissionais dos Animadores, entre outros temas de relevante interesse para a Animação.
Sinto que há uma apatia das organizações associativas com responsabilidades na matéria referenciada. É fundamental dar um novo impulso às dinâmicas de intervenção que se projectaram já a algum tempo; há uma luta que ainda está longe de estar perdida, mas que exige uma presença contínua junto da opinião pública, em especial, por respeito a todos aqueles que acreditam na mudança.
Os fóruns de debate que se possam criar, serão espaços de cidadania activa, servirão um novo tempo de auscultar opiniões e críticas, ajudará a redefinir objectivos e a traçar novas linhas de combate, enfim, será o reanimar de processos de intervenção que qualquer cidadão, enquanto agente de mudança tem o direito de exigir e o dever de participar com empenho, em nome de uma causa maior. Avançemos no debate sobre temas socioculturais, educativos e políticos estruturais no tempo presente, que serão um contributo na redefinição de processos de cidadania e de novos campos de intervenção desde uma perspectiva da Animação Sociocultural.
As mudanças sociais são inevitáveis e os Animadores Socioculturais têm que acompanhar as novas realidades. Eles precisam de avançar para a linha da frente, dar um sério contributo na afirmação dos novos campos de acção que são uma realidade concreta na nossa sociedade.
Estamos a atravessar momentos de grande tensão social provocada por inúmeros factores, com especial incidência, para a instabilidade económica e financeira que devastou as maiores economias mundiais, atingindo a nossa débil economia com repercussões gravissímas na sociedade civil. Este é um tema que deve merecer mais do que solidariedade para com milhares de pessoas que vivem diariamente o drama do desemprego, é fundamental uma tomada de posição. O desafio para os Animadores Socioculturais, agentes da mudança, é tomar em mãos estes dramas sociais.
8 comentários:
Albino,
Sobre a “apatia” que referes “das organizações associativas com responsabilidades na matéria referenciada” deixo aqui uma vez mais os factos, que por qualquer motivo não são abordados.
A APDASC (Associação Portuguesa para o Desenvolvimento da Animação Sociocultural) não está apática perante as mudanças ocorridas no panorama nacional e internacional no que à animação sociocultural diz respeito. Tudo o que é realizado por nós ultrapassa em certos casos as atribuições definidas nos Estatutos da instituição, em prol de todos os/as animadores/as socioculturais. A dinâmica empreendida não é maior, nem estamos presentes em todas as frentes e em todas as situações de injustiça relativamente a esta área porque infelizmente, de mais de 12 mil animadores/as com formação, que se estimam existir em Portugal, apenas menos de 200 (com formação) decidiu associar-se. Como pode a APDASC deter qualquer tipo de poder reivindicativo? e muito menos entra verba suficiente para financiar dinâmicas e programas realmente eficazes e capazes de mudar a curto e médio prazo as mentalidades.
De lamentar, uma vez mais, que o dedo seja apontado a instituições como a APDASC (com sócios/as que trabalham gratuitamente e em regime de voluntariado, para além de todos os seus compromissos laborais, académicos, familiares, entre outros) e não seja apontado àqueles que optaram por não pertencer a instituições que defendem os seus interesses, prejudicando e atrasando assim o reconhecimento social desta profissão.
Carlos Costa
Caro Carlos Costa,
1. Não me referi à APDASC de forma directa ou indirecta. Penso que a APDASC não é a única associação, cujo objecto social, seja a Animação e os seus profissionais.
2. É importante tomar uma posição sobre um conjunto de matérias de interesse comunitário, e fazê-lo junto da opinião pública, isto é responsabilidade dos Animadores.
3. Relativamente à associação dos Animadores ao movimento associativo merece reflexão.
Albino Viveiros
Albino,
A APDASC enquadra-se no que defines por "organizações associativas com responsabilidades na matéria de Animação Sociocultural". Até pode haver outras instituições com o mesmo "objecto social" mas eu falo daquela à qual eu pertenço e da qual tenho responsabilidades redobradas já que sou sócio fundador e presidente.
É importante tomar posição em tudo, estar atento e ter um espírito crítico e auto-crítico. A APDASC tem-no feito dentro do possível (com todas as limitações que são conhecidas) e eu como animador de formação, de profissão e de coração insisto em fazê-lo (como aliás se comprova neste post).
O movimento associativo em torno da ASC, mais do que merecer, exige a reflexão. Mas há outra reflexão a fazer, e essa diz respeito ao contributo de cada um para o desenvolvimento da ASC em Portugal e no mundo.
Carlos Costa
Congratulo-me pela convergência de ideias e atitudes face às realidades que nos une: A Animação Sociocultural e a APDASC.
Albino Viveiros
Caros amigos
Reconheço dos dois,duas das pessoas que mais se preocupam com a ASC e com ASC em POrtugal. O Carlos Costa no Continente e o Albino Viveiros na Madeira. Tenho a certeza que o Albino não pretendia atingir a APDASC, mas tão só referir-se sim a outras associações, movimentos ou mesmo pessoas que perderam a energia e força para lutarem pela causa. Lembro que a causa, antes de tudo, é urgência de se avançar com os Estatutos Profissionais e fazer afirmar definitivamente a profissão de Animador Sociocultural.
A ASC está a mexer no país. Mas é verdade que há decisões políticas que têm de ser tomadas. Agora com mais urgência, face à crise, a ASC é de certeza uma das áreas privilegiadas na assunção da mudança e de melhoria da qualidade de vida das populações. É preciso que o(s) governo(s) entendam desta emergência e reconheçam politicamente a profissão de ASC já que, através do Ministério da Educação e do Ministério do Ensino Superior ela é reconhecida através dos cursos que aprovam.
O repto que deixo aos meus amigos vai no sentido de organizarem um Encontro Nacional sobre a profissão e os estatutos do ASC, Já propuz imensas vezes, envolvendo também os coordenadores das licenciaturas do ensino superior. Não se trata de falar, uma vez mais, sobre ASC, já falámos o suficiente das matrizes teóricas da ASC. É urgente falar-se dos estatutos, da deontologia e da profissão. É urgente envolver os Animadores, já na prática profissional há alguns anos, a intervir e dar a sua opinião.
Um abraço meus amigos Carlos Costa e Albino Viveiros.
Estimado amigo Prof. Avelino Bento,
Partilho das suas palavras.
Há um conjunto de agentes (in)directamente ligados à animação Sociocultural que precisam de ser envolvidos no processo, co-responsabilizados e animados numa acção colectiva.
Estou disponível, e sei que como eu, haverá outros Animadores com vontade para avançar na organização de um Encontro Nacional dedicado ao debate do Estatuto do Animador Sociocultural, Código Deontológico e profissão.
Há que avançar sem medo.
Um abraço,
Albino Viveiros
Bom dia,
Normalmente não gosto de fazer anúncios antes de estar tudo definido, mas ficou definido em reunião da Direcção Nacional da APDASC (última reunião) avançar com a organização de um Congresso Nacional sobre a Profissão e Profissionalização do/a Animador/a Sociocultural. Um evento que abordará as questões relativas ao “Estatuto da Carreira de Animador/a Sociocultural”; “Código de Ética e Deontologia do/a Profissional da Animação Sociocultural”; “Direitos e Deveres dos/as Animadores/as Socioculturais”; “Sindicalização e protecção social dos/as Animadores Socioculturais”, entre outros.
Pretende-se com este evento averiguar/avaliar em que estado estão estas matérias em Portugal, avançando com soluções e documentos a dar entrada na Assembleia da República.
Um abraço.
Carlos Costa
Caro Carlos,
São boas notícias! Parabéns a APDASC pela iniciativa.
Um abraço,
Albino Viveiros
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