“A Animação não é exclusiva dos Animadores”. Esta afirmação não é minha, nem partilho dela. Pelo contrário, é necessário um discurso unificador que reflicta a necessidade de uma acção colectiva que legitime a acção dos Animadores Socioculturais não defesa dos seus reais interesses e direitos socioprofissionais. Sou intransigente e não subestimo a minha autonomia de reflexão sobre o tema e acção quotidiana, especialmente, quando alguém com responsabilidades na formação académica de futuros Animadores defende premissas que considero lesivas para a Animação Sociocultural e para o futuro profissional dos seus agentes.
Princípios como a liberdade de pensamento e autonomia na acção são inalienáveis da pessoa humana, e é com alguma desilusão que presencio a alienação dos Animadores face a matérias que exigem visão crítica sobre o presente e o futuro. A minha perplexidade aumenta quando encontro na blogosfera “promoção” à afirmação supra citada. Os Animadores necessitam de uma dose de motivação colectiva, de espírito solidário e de perder o medo de lutar contra algumas pretensões isoladas, mas que de alguma forma consegue passar uma mensagem que em nada privilegia uma acção participativa com as pessoas, prática que eu considero estar directamente associada ao exercício profissional dos Animadores.
A afirmação que está a substanciar esta reflexão levanta outras questões que entendo ser oportuno referi-las. O Estatuto do Animador é uma das possíveis soluções para minimizar as consequências de apropiações indevidas da categorização profissional Animador e de outros "males". A proposta de Estatuto apresentada pela APDASC no congresso nacional realizado em Novembro de 2010, está a ser ultimada por uma comissão de trabalho constituída para o efeito , é oportuno que ela tenha em linha de conta um conjunto de possíveis cenários de profissionalização dos Animadores. Aos Animadores Socioculturais está vedado a possibilidade de exercerem funções de antropólogos, sociólogos, historiadores, filósofos e o exercício da medicina. Porque razão alguém se lembra de defender que profissionais qualificados em outras áreas do saber possam exercer a Animação Sociocultural ou até se autodefinirem de Animadores?