terça-feira, 24 de maio de 2022

A componente educativa dos espaços museológicos

 

A propósito da celebração do Dia Internacional dos Museus, a 18 de maio, este ano dedicado ao tema “O Poder dos Museus”, parece-nos oportuno, refletir, mesmo de forma sintética, sobre o papel educativo que os espaços museológicos desempenham, ou, deverão assumir no contexto comunitário, porque eles são lugares de aprendizagens informais e não formais, são facilitadores de tempos educativos destinados às comunidades.

Os serviços de mediação cultural, ou serviço educativo dos espaços museológicos são o garante da educação inclusiva, como tal, a promoção da educação patrimonial e a cidadania cultural deverão ser duas faces da mesma moeda. A mediação cultural não poderá estar condiciona a uma visão redutora do conceito de património e de educação no contexto museológico. É desejável que o serviço educativo do museu seja um promotor de pontes entre a instituição e a comunidade, espaço de integração social e intergeracional, um garante de projetos de animação sociocultural vinculados ao património cultural material e imaterial enquanto memória de todos e ativo cultural promotor de um turismo socialmente sustentável, ser lugar de experimentação educativa e laboratório de cidadania cultural.

Na nossa perspetiva, ou seja, no olhar do animador sociocultural, as instituições museológicas, independentemente da sua dimensão espacial, da sua localização geográfica (espaço rural ou urbano), coleções, entre outras características distintivas estão vinculadas ao princípio da preservação da memória coletiva conferida pelos patrimónios (arquitetónico, religioso, gastronómico, militar) que é, sem dúvida, ativos culturais fundamentais para pensar as dinâmicas locais de desenvolvimento.

A comunicação do museu com a comunidade também é mediada através de dinâmicas educativas capazes de desenvolver sentimentos de pertença, de transformação dos saberes da comunidade em oportunidades contribuintes para outras ações valorizadoras do potencial cultural do lugar, de mobilização da comunidade para a necessária preservação da memória coletiva. É certo a formação de públicos também é um dos segmentos de intervenção do serviço de mediação cultural, ou, do serviço educativo, mas mais importante é privilegiar a promoção do diálogo com a comunidade através dos objetos expositivos no sentido de desenvolver um sentimento de pertença ao lugar e de identidade entre o passado e o presente.

quinta-feira, 28 de abril de 2022

O retomar do ciclo reflexivo

Na vida é necessário sentir as coisas, parar para escutar, ver e decidir, refletir e mudar de direção se, assim for necessário, ou avançar no trilho traçado. O importante é sentir que o pensamento livre e comprometido faz sentido num mundo em transformação permanente. Não importa se há acolhimento na blogosfera. No quadro da cidadania ativa e comprometida com o glocal, continuaremos a pensar de forma livre e séria sobre temas sempre atuais e pertinentes para o debate plural.

A vida é feita de ciclos, alguns contínuos, outros com fim previamente anunciado. É na lógica da continuidade que retomamos a atividade reflexiva, com recurso ao mundo virtual através do blog Animação Sociocultural e Insularidade, um projeto pessoal e intransmissível.  

sábado, 16 de março de 2019

Congresso Internacional As Artes na Educação Especial: teorias, metodologias e práticas sociais, culturais e educativas para a inclusão


A Intervenção - Associação para a Promoção e Divulgação Cultural promove o Congresso Internacional As Artes na Educação Especial: teorias, metodologias e práticas sociais, culturais e de educativas para a inclusão, evento que se realizará em Vila Nova de Famalicão, nos dias 23, 24 e 25 de maio de 2019.

O congresso está estruturado diferentes metodologias de trabalho, nomeadamente, em conferências inaugural e de encerramento, conferências temáticas, painéis, oficinas, workshops, mesas redondas e grupos de trabalho.

 A conferência inaugural As Artes na Educação Especial: criatividade, inclusão, participação junto de cidadãos portadores de deficiência será proferida pelo Doutor Pedro Strecht, enquanto a de encerramento será da responsabilidade do Doutor Álvaro Laborinho Lúcio subordinada ao tema Família, Escola e Sociedade e os novos paradigmas educativos para o século XXI.

Nos cinco painéis que compõem o congresso estarão em destaque os seguintes temas: A animação Artística e intervenção educativa junto de populações especiais; Teatro, Terapia, inclusão, Jogo e deficiência; A Música e intervenção educativa, social e cultural na deficiência; Artes performativas, criatividade, inclusão, participação junto de cidadãos portadores de deficiência e Arte, cidadania, participação e práticas educativas inclusivas.

Nas conferências temáticas serão abordadas temas como Sexualidade e Deficiência; Musicoterapia e Dançoterapia para a integração e a inclusão social - SOMA, um projeto de inclusão com pessoas com transtorno mental severo; Como abordar a atenção à diversidade a partir da pedagogia teatral?Neuroanimação e deficiência, Acessibilidade na educação inclusiva: a intervenção para além dos muros da escola (inclusão real ou virtual?A Arte: Linguagem Universal inclusiva perante o desafio actual de uma cidadania ecológica.

quarta-feira, 11 de julho de 2018

Congresso Internacional - A Animação Sociocultural e a Educação intergeracional no contexto do envelhecimento no meio rural e urbano



A Intervenção - Associação para a promoção e Divulgação Cultural organizará o Congresso Internacional - Animação Sociocultural e a Educação intergeracional no contexto do envelhecimento no meio rural e urbano: atividades, técnicas, métodos e estratégias para uma vida ativa. O evento realizar-se-á nos dias 18, 19 e 20 de outubro de 2008, na vila de Alijó, no auditório municipal. 

O congresso tem como objetivos: 
  • Fomentar o debate e a reflexão à volta do envelhecimento no meio rural e urbano; 
  • Estimular a articulação entre a Animação Sociocultural, a Gerontologia, a Educação intergeracional numa perspetiva de cidadania ativa;
  • Analisar a participação das pessoas Idosas em torno de projectos de desenvolvimento local, regional, nacional e internacional;
  • Refletir sobre o papel da Animação Sociocultural junto das instituições e aferir da sua importância como metodologia de intervenção social, cultural e educativa; 
  • Valorizar a pedagogia da vivência e da experiência;
  • Estimular práticas educativas intergeracionais em torno de projectos de Animação Sociocultural onde se valorize a interacção assente na infância, Juventude, Adultos e Idosos;
  • Refletir sobre a importância de um Perfil de Animador Sociocultural para a intervir junto dos idosos.
A metodologia de trabalhos do congresso assentará em conferências de abertura e encerramento, painéis, conferências temáticas, workshops, oficinas e grupos de trabalho, espetáculos para a terceira idade.

Aceda aqui para mais informações, programa e inscrições.

terça-feira, 27 de março de 2018

Mensagem do Dia Mundial do Teatro 2018 – As Américas


Podemos imaginar.

A tribo caça pássaros lançando pequenas pedras no ar, quando um gigantesco mamute surge na cena e RUGE - e, ao mesmo tempo um pequeno humano RUGE como o mamute. Logo, todos fogem...

Esse rugido de mamute proferido por uma mulher humana - quero imaginá-la mulher - é a origem do que nos torna a espécie que somos. Uma espécie capaz de imitar o que não somos. Uma espécie capaz de representar o Outro.

Saltemos dez anos, ou cem, ou mil. A tribo aprendeu a imitar outros seres e representa no fundo da caverna, na luz trêmula de uma fogueira, quatro homens são o mamute, três mulheres são o rio, homens e mulheres são pássaros, chimpanzés, árvores e nuvens: a tribo representa a caçada da manhã, capturando o passado com seu dom para o teatro. Mais surpreendente: assim a tribo inventa possíveis futuros, ensaiando possíveis maneiras de vencer o inimigo da tribo, o mamute.

Rugidos, assobios, murmúrios - a onomatopéia desse primeiro teatro - se tornarão linguagem verbal. A linguagem falada se tornará linguagem escrita. Seguindo esse caminho, o teatro se tornará rito e, logo mais, cinema. E na semente de cada uma destas formas, continuará presente o teatro. A forma mais simples de representação. A única forma viva de representação. O teatro, que quanto mais simples é, mais intimamente nos conecta com a mais maravilhosa habilidade humana, a de representar o Outro.

Hoje, em todos os teatros do mundo, celebramos essa gloriosa habilidade humana de fazer teatro. De representar e assim, capturar nosso passado para entende-lo – ou de inventar possíveis futuros, que podem trazer mais liberdade e felicidade à tribo.

Eu falo, claro, das peças que realmente importam e transcendem o entretenimento. As peças que importam, hoje são propostas da mesma forma que as mais antigas: derrotar os inimigos contemporâneos da felicidade da tribo, graças à capacidade de representar.

Quais são os mamutes a serem vencidos hoje no teatro da tribo humana?

Eu digo que o maior mamute de todos é a alienação dos corações humanos. A perda da nossa capacidade de sentir com os Outros: sentir compaixão. E nossa incapacidade de com o Outro não-humano: a Natureza.

Que paradoxo. Hoje, nas margens finais do Humanismo – da era do Antropoceno - da era em que os seres humanos são a força natural que mais se transformou e mais transformou o planeta - a missão do teatro é inversa à que reuniu a tribo originalmente para fazer o teatro no fundo da caverna: hoje, devemos resgatar nossa conexão com o mundo natural.

Mais do que a literatura, mais do que o cinema, o teatro - que exige a presença de seres humanos diante de outros seres humanos - é maravilhosamente adequado à tarefa de nos salvar de nos tornarmos algoritmos. Abstrações puras.

Deixe-nos remover do teatro tudo o que é supérfluo. Deixe-nos desnudá-lo. Porque quanto mais simples é o teatro, mais fácil é lembrar-nos do único fato inegável: nós somos, enquanto estamos no tempo; que somos enquanto somos carne e osso e corações batendo em nosso peito; que somos o aqui e agora, apenas.

Viva o teatro. A arte mais antiga. A arte mais presente. A arte mais maravilhosa. Viva o teatro.

Sabina Berman, México Escritora, dramaturga, jornalista

(Tradução de Renato Alves)



sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Novo número da Práticas de Animação



Está disponível online o número 10 da revista Práticas de Animação. Este projeto editorial que, em 2017 está a comemorar dez anos, continua a ser um contributo positivo para a discussão e reflexão em torno da animação sociocultural e das práticas profissionais dos seus agentes.

Os conteúdos da Práticas de Animação têm privilegiado outros campos de intervenção, nomeadamente o lazer, o ócio, a recreação, os tempos livres, a gerontologia, a pedagogia social, entre outros temas de interesse para os animadores.

A revista tem merecido o contributo de animadores socioculturais, docentes e investigadores nacionais e estrangeiros. Entendemos que é esta diversidade de pensamento e ação com grupos e comunidades que definem a animação sociocultural desde as práticas laboratoriais em contexto de formação académica. 

Aproveitamos a oportunidade para manifestar o nosso profundo reconhecimento e agradecer de forma sentida a todos aqueles que contribuíram para a afirmação do projeto Práticas de Animação.

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

«O turismo sustentável como instrumento de desenvolvimento» - Dia Mundial do Turismo 2017


«O turismo sustentável como instrumento de desenvolvimento» é o tema eleito pela Organização Mundial de Turismo para a celebração do Dia Mundial do Turismo 2017 (27 de setembro). A sustentabilidade hoje ganha uma força verbal e não verbal sobre a qual é necessário refletir e compreender as suas dimensões e implicações nos territórios turísticos, local e regional.

É preciso preciso refletir sobre a extensão sociopolítica da sustentabilidade turística como plataforma de salvaguarda das particularidades socioculturais das comunidades locais e da paisagem humanizada. O alcance social, cultural, económico e político do turismo sustentável concretiza-se com o envolvimento dos atores locais no projeto turístico. Há que desenvolver um processo de consciencialização e educação turísticas por forma a envolver todos na dinâmica turística enquanto uma das grandes atividades humanas do século XXI.

Taleb Rifai, Secretário-geral da Organização Mundial de Turismo, na sua mensagem alusiva à efeméride, sublinha o contributo do turismo para o desenvolvimento sustentável por meio de cinco pilares: económico, social, ambiental, cultural e o da paz.

É pela via económica e do social que se gera emprego, crescimento sustentável e consequentemente, o turismo tona-se um instrumento de inclusão social e de empoderamento das comunidades locais. O turismo poderá influenciar positivamente os comportamentos socioambientais das comunidades anfitriãs e dos visitantes, através de ações de educação ambiental promotoras da conservação da natureza (património natural) como marca genuína do território e da relação do Homem com o meio envolvente.

Há uma relação intrínseca entre turismo e cultura. Os ativos culturais são elementos identitários dos locais, mas também recursos turísticos que potenciam os territórios como lugares de descoberta das culturas material e imaterial, das vivências coletivas e de relações inter e multiculturais entre os locais e os turistas.                                                 

terça-feira, 26 de setembro de 2017

Congresso «A Intervenção Teatral em Portugal no Século XXI»



A Intervenção – Associação para a Promoção e Divulgação Cultural organiza o congresso «A Intervenção Teatral no Século XXI: formação, produção, programação, gestão, descentralização, animação e intervenção social, cultural e educativa». O evento realiza-se em Paredes de Coura, nos dias 16, 17 e 18 de novembro de 2017.

O congresso de acordo com a organização tem os seguintes objetivos:  

«Analizar o papel do Teatro no século XXI;
Aferir das linhas e intervenção teatral nas diferentes áreas: educação, produção, gestão, descentralização, formação, animação, saúde,…;
Incentivar o debate e a reflexão à volta do Teatro e dos seus diferentes contributos em programas de intervenção social, cultural e educativa;
Projetar e direcionar o debate sobre  o Teatro junto de grupos, comunidade, mundo académico, poder político, investigadores, pedagogos, estudantes e avaliar da sua importância para a formação do ser humano;
Refletir sobre o contributo do Teatro para a assunção de uma cidadania e participação ativa comprometidas com o desenvolvimento e a autonomia do cidadão;
Estimular a intervenção teatral como prática educativa, cultural e social em torno de projetos que valorizem a interacção permanente entre pessoas e comunidades;
Implusionar o Teatro como necessidade humana, estimulando o ser humano a vencer medos, inibições, emores e tudo aquilo que o condiciona e limita e o impede de ser um participante ativo, crítico e autónomo;
Refletir sobre o Teatro nas vertentes de: formação, produção, programação, gestão, descentralização e animação;
Questionar as práticas teatrais existentes face aos emergentes desafios do século XXI.»

A metodologia de trabalho do congresso desenvolver-se-á pelos seguintes eixos: conferências temáticas, painéis, mesas redondas e relatos de experiências.

As conferências incidirão nas temáticas do «teatro e educação; produção e gestão teatral em Portugal; Teatro e animação; Teatro e intervenção comunitária…;». 

Os painéis temáticos estarão centrados na importância do teatro na sociedade: «A formação teatral em Portugal; a produção teatral (programação, gestão, descentralização teatral), Teatro e intervenção terapêutica (saúde, bem-estar, deficiência…); Teatro e Intervenção Social (teatro de amadores, teatro e desenvolvimento, teatro na comunidade...)…;». 

As temáticas das mesas redondas redondas versarão sobre a «Descentralização em Portugal; A gestão dos teatros municipais; o apoio à produção teatral em Portugal...;» e os relatos de experiências sobre a importância do teatro na comunidade; e oficinas sobre o teatro nas suas diferentes áreas de intervenção: «Teatro do Oprimido, formas animadas, voz, saúde, animação, jogo dramático...». 

O congresso para além da metodologia apresentada, contará com a realização de atividades de animação teatral com a comunidade, espetáculos e exercícios teatrais.

quinta-feira, 22 de junho de 2017

APDASC promove o XXIV Congresso Internacional de Animação Sociocultural



A APDASC - Associação Portuguesa para o Desenvolvimento da Animação Sociocultural organizará nos dias 21 e 22 de outubro de 2017, o XXIV Congresso Internacional de Animação Sociocultural: Património e Comunidade, na cidade de Setúbal, no Cinema Charlot - Auditório Municipal. O tema eleito vai de encontro ao  Ano Europeu do Património Cultural 2018 (AEPC 2018). 

A organização do congresso definiu como objetivos do congresso a sensibilização da comunidade, em particular, os animadores socioculturais «(...) para a história e os valores europeus e reforçar o sentimento de identidade europeia.»; alertar para as oportunidades e desafios do património cultural perante a era digital, para os riscos da pressão ambiental, em especial, nos sítios classificados como Património Mundial da humanidade e para o tráfico dos bens culturais.

Recorde-se que o AEPC 2018 foi adotado pelo Parlamento Europeu sob proposta da Comissão Europeia. «O AEPC 2018 é enquadrado pelos grandes objetivos da promoção da diversidade cultural, do diálogo intercultural e da coesão social, visando chamar a atenção para o papel do património no desenvolvimento social e económico e nas relações externas da União Europeia». 

terça-feira, 13 de junho de 2017

Receção de artigos | Revista Práticas de Animação 2017

A revista Práticas de Animação tem privilegiado a reflexão sobre o corpus teórico e as práticas de animação sociocultural, numa perspetiva interdisciplinar e de reflexão plural partilhada por animadores, educadores, investigadores e outros atores sociais com experiências e vivências profissionais que permitem se posicionarem no campo teórico-prático da animação sociocultural. 

Os artigos poderão  versar sobre a animação sociocultural, animação socioeducativa, animação turística, o ócio, o lazer e os tempos livres, as políticas culturais, a pedagogia social e a educação sociocomunitária, entre outros domínios de investigação e intervenção privilegiados para a ação dos animadores. 

Neste quadro de realização, convidamos todos os interessados a colaborar no próximo número da revista. para tal poderão enviar os vossos contributos até o próximo mês de setembro de 2017, para o e-mail: revistapraticasdeanimacao@gmail.com