terça-feira, 5 de novembro de 2013

O reconhecimento do valor das aprendizagens não formal e informal

O reconhecimento das aprendizagens não formal e informal é um marco político e complementar a favor da argumentação sobre o valor educativo das práticas de educação não formal e informal. É consensual o reconhecimento dos contextos educativos e socioculturais em que este modelo educativo se desenvolve, talvez não seja pacífica, a lista nominal dos agentes da educação não formal, na qual figura os animadores socioeducativos, designação da Comissão Europeia relativa aos agentes que trabalham com jovens. É importante o reconhecimento político da «educação fora da escola», mas também, é fundamental o reconhecimento do papel que os agentes do não formal desenvolvem em prol dos grupos.

A Resolução do Conselho e dos Representantes dos Governos dos Estados-Membros, reunidos no Conselho, sobre o reconhecimento do valor da aprendizagem não formal e informal no domínio da juventude europeia refere que as atividades de aprendizagens não formal e informal no domínio da juventude são complementares do sistema de ensino e de formação formais, estão centradas nas necessidades dos jovens e desenvolvem-se numa base voluntária e participada. O Conselho e os Representantes dos Governos reconhecem que as aprendizagens não formal e informal são fundamentais no processo de aprendizagem, desenvolvem a apetência para a formação ao longo da vida e a integração social dos jovens.

O Conselho da União Europeia na Recomendação do Conselho de 20 de dezembro de 2012, sobre a validação da aprendizagem não formal e informal considera que as organizações de juventude, os organismos de ensino e formação, os animadores de juventude e as organizações da sociedade civil são intervenientes com um papel importante no processo de aprendizagens não formal e informal, nomeadamente, na oferta de oportunidades de formação.

A educação não formal possibilita que as pessoas e os grupos desenvolvam a sua autonomia pela participação, afirmando-se como uma competência essencial da cidadania ativa. Morand-Aymon (2007) advoga que a filosofia da educação não formal fundamenta-se na formação do espírito crítico, defendendo que um cidadão informado será mais responsável e autónomo nas suas escolhas e associa o modelo educativo não formal aos primeiros ideais da educação popular e da educação permanente. 

A educação não formal é um modelo educativo de proximidade porque desenvolve-se a partir das necessidades de cada pessoa, das suas práticas e experiências; é uma educação permanente participativa porque reforça as competências sociais e gera processos de aprendizagem participados por todos, onde é privilegiado a autoformação. A via não formal da educação facilita a tomada de consciência para a mudança social.