quarta-feira, 26 de junho de 2013

O reconhecimento europeu sobre a animação juvenil (II)

É consensual que a animação contribui para a definição e concretização de políticas de juventude em áreas como a aprendizagem ao longo da vida, a inclusão social e a criação de emprego através da capacitação social e empreendedora dos jovens. Estas valias deverão ser ratificadas formalmente pelos governos locais, regionais e nacionais, através do reconhecimento formal e da validação das competências adquiridas pelos processos de educação não formal.

A Resolução do Conselho e dos Representantes dos Estados-Membros reforçam a necessária complementaridade de implicar em matéria de animação juvenil os decisores políticos, os dirigentes e animadores juvenis, investigadores e outros atores sociais associados de alguma forma à juventude. Esta pretensão das organizações europeias poderá materializar-se através dos Conselhos Municipais de Juventude enquanto órgãos consultivos dos decisores políticos e plataformas de democracia representativa e participativa.

Os conselhos municipais são ferramentas privilegiadas para o exercício da cidadania ativa, teoricamente, é a partir do diálogo estruturado que emergirá contributos válidos sustentados na realidade concreta vivida pela juventude, ser a voz irreverente que denúncia as necessidades e alerta para os desafios que os jovens enfrentam como grupo social, desafios como a exclusão social e o desemprego jovem. O Conselho Municipal de Juventude é um ator social personificado pelo coletivo, a quem é-lhe incumbida a responsabilidade, quando não instrumentalizado partidariamente, de contribuir para a definição de políticas locais de animação juvenil.

É recomendado aos Estados-Membros que promovam estratégias de apoio e remoção dos obstáculos à animação juvenil. Os apoios poderão ser financeiros, de recursos ou infra estruturas. Outras formas de apoio poderão passar pelo envolvimento das organizações governamentais e não governamentais locais e regionais na assunção de um papel mais ativo no desenvolvimento, no apoio e na implementação da animação juvenil. Os Estados-Membros também poderão contribuir no apoio e desenvolvimento da animação juvenil na implementação do quadro renovado, extensível na concretização dos objetivos dos diversos campos de intervenção.

O Conselho e os Representantes dos Estados-Membros convidam a Comissão a desenvolver estudos para mapear a diversidade, a abrangência e o impacto que a animação juvenil assume na União Europeia. Outro desafio está associado ao desenvolvimento de capacidades e competências dos animadores e dirigentes juvenis, bem como, o reconhecimento da aprendizagem não formal via animação juvenil proporcionando experiências de aprendizagem com a mobilidade aos animadores e dirigentes. Desenvolver instrumentos que atestem as competências dos animadores e dirigentes juvenis que ajudem a reconhecer e a avaliar a qualidade da animação juvenil na Europa. 

Estas recomendações devem ter acolhimento por parte dos decisores políticos que em parceria com as organizações da sociedade civil apoiem o desenvolvimento de estratégias para a sustentabilidade de dinâmicas locais de animação juvenil. Os paradigmas de desenvolvimento social e de bem-estar comunitário podem ser trabalhados na perspetiva da animação. O protagonismo tem de estar do lado dos jovens cidadãos, são eles que no exercício da sua cidadania e na rebeldia das suas ideias que contribuirão para uma política de juventude responsável e de inclusão social.

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