terça-feira, 2 de outubro de 2012

Democracia, participação e animação sociocultural

A realidade económica, social, política, cultural e educativa carece de políticas congregadoras de ideias responsáveis que reúnam um consenso político alargado; necessita de políticas que premeiem ações sustentadas de combate ao défice cultural e educativo da população, exige uma luta sem tréguas no combate cívico a um clima de paz social agreste, que acredito, não estar longe de transformar-se num quadro de rutura social. Enfim, nada vai bem no nosso país.

Portugal atravessa um período negro da história contemporânea. Nós culpabilizamos o Governo, e esquecemo-nos de procurar oportunidades efetivas para a mudança social a partir do âmago da crise, sim, porque acredito que a crise também poderá ser uma fonte de oportunidades para o fortalecimento da democracia, para a consolidação de uma massa crítica que deverá ser mais interventiva, que estude e apresente propostas para a consolidação de um processo de desenvolvimento comunitário integral.

A vivência da democracia pressupõe uma participação ativa nos processos de conhecimento sociocultural sobre as realidades local e regional. O conhecimento e a compreensão das dinâmicas sociais do território regional é um fator que contribui para a emancipação do pensamento crítico dos cidadãos, para um olhar acutilante e o assumir uma posição de debate democrático sobre as decisões governativas que afetam a vida de cada pessoa. Este é o momento para a reação, face à institucionalização de diretrizes que ferem a democracia e roubam a cidadania.

A animação sociocultural deve fomentar a participação dos indivíduos nos processos de intervenção e gerar espaços de diálogo social, de questionamento sobre o mundo e o percurso da vida coletiva.


Quo Vadis? É a questão do momento. As respostas são um enigma que o exercício da participação consciente e responsável na pluralidade da vida em comunidade e mesclada nos âmbitos da animação sociocultural (social, cultural e educativo), poderão abrir caminhos alternativos para um processo de harmonização social. O processo de intervenção social e política desde a animação sociocultural exige envolvência e participação consciente das populações, mas também, requere uma dinâmica pedagógica para o exercício da cidadania ativa pelo bem comum, em detrimento do cooperativismo e do individualismo das sociedades do século XXI. 

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