terça-feira, 27 de março de 2007

Dia Mundial do Teatro

Hoje, dia 27 de Março comemora-se o Dia Mundial do Teatro. Uma efeméride comemorada por diferentes instituições, mas de forma particular pelos grupos de teatro com a apresentação de vários espectáculos nos equipamentos culturais da metrópole. E o resto do território insular! É paisagem?

As comunidades que vivem fora dos grandes centros urbanos são despojadas de uma vida cultural, onde a sua pseudo-participação é marcada pela ausência de práticas socioculturais. Infelizmente acabamos por culpar o público pela sua ausência nos espectáculos teatrais. O que é que os diferentes agentes socioculturais têm feito para contrariar essa realidade?

O teatro deve assumir um papel pedagógico junto das populações, de intervenção, de crítica social, acessível às diferentes classes sociais, especialmente às classes desfavorecidas e aí talvez, todos nós possamos contribuir para que as coisas ganhem outro rumo.

Não esqueçamos que as autarquias são as garantes da democracia no contexto local, uma democracia cultural e com responsabilidade no desenvolvimento de processos de alfabetização cultural das populações. Os apoios ao associativismo cultural é fundamental para que a cultura continue viva e dinâmica, mas é fundamental que as diferentes instituições que desenvolvem um trabalho no campo artístico, nomeadamente no teatro ponham em prática o lema - educar para e na cultura.

quinta-feira, 22 de março de 2007

"Práticas de Animação" - Uma revista no âmbito da Animação Sociocultural

A Delegação Regional da Madeira da Associação Portuguesa para oDesenvolvimento da Animação Sócio-Cultural (APDASC) está a planificar um novo projecto, de acordo com os objectivos que impulsionam a sua acção no contexto regional.

Este projecto visa a criação de uma revista no âmbito da Animação, Educação Social e da Pedagogia Social. A Delegação da Madeira assume este projecto editorial como um instrumento de comunicação entre Animadores, trabalhadores sociais, pedagogos e outros profissionais que desenvolvem a sua actividade no âmbito da intervenção sociocultural, do tempo livre, da juventude, da gerontologia e da pedagogia.

A revista “Práticas de Animação” pretende reunir artigos de opinião, estudos, divulgação de projectos, actividades e resenhas bibliográficas, entre outras rubricas que venham a ser consideradas de interesse e que se enquadrem no espírito da publicação, respeitando sempre, os objectivos definidos para este projecto. São eles:

- Divulgação da Animação Sociocultural através das suas diversas práticas educativas e culturais;
- Contribuir para a construção de um espaço alargado de debate e reflexão sobre a Animação em Portugal;
- Possibilitar que Animadores e outros profissionais possam contribuir para a afirmação de novos projectos associativos no âmbito das práticas de Animação Sociocultural;
- Reunir ideias e opiniões sobre teorias e práticas da Animação Sociocultural;
- Estimular os animadores a participar activamente num projecto colectivo.

Assim e atendendo ao facto da revista "Práticas de Animação" não ser um projecto aberto à participação de alguns, mas sim, a todos aqueles que se identificam com a Animação, seus âmbitos e modus operandi de intervenção e, sustentado no facto de termos o privilégio de poder contar com um grupo de pessoas que pela sua acção e pensamento contribuem de forma activa e empenhada para a afirmação e debate em torno do conceito de Animação Sociocultural. A "Práticas de Animação" terá um conselho de redacção que contará com um leque de personalidades nacionais e estrangeiras de reconhecido mérito no âmbito da investigação no campo da Animação Sociocultural e persecução dos seus âmbitos.
Este facto, não inviabiliza o desejado contributo que todos os agentes culturais e educativos podem e devem dar a um projecto que desejamos que seja participado por todos.

A revista “Práticas de Animação” será editada anualmente, sendo o primeiro número publicado no segundo semestre de 2007. Os interessados em participar neste projecto poderão solicitar mais informações à Delegação Regional, através do e-mail: del.madeira@apdasc.com ou do site http://www.apdasc.com/

segunda-feira, 19 de março de 2007

Grupo de políticos preocupados com curso de Animação Cultural

A alguns dias atrás li uma notícia na imprensa do Continente, no Jornal Oeste On-line, que gerou em mim, um sentimento de esperança e preserverança, a convicção de que é preciso continuar a acreditar em utopias, a lutar por causas. Acredito que é possível transformar uma realidade que nos é adversa através da luta não com armas, mas com acções concretas e determinadas.

Um grupo de políticos (de diferentes ideologias partidárias) com responsabilidades na gestão do Município das Caldas da Rainha manifestaram preocupação com a anunciada saída do curso de Animação Cultural da Escola Superior de Artes e Design (ESAD) do Instituto Politécnico de Leiria das Caldas, para uma outras Escola Superior do Politécnico leiriense.

Os argumentos dos políticos são sustentados no facto da importância do curso de Animação Cultural no contexto local, nomeadamente nas dinâmicas protagonizadas pelas acções operacionalizadas pelos alunos do curso de Animação. Os políticos entendem que o curso de Animação Cultural é o principal do conjunto de cursos leccionados na ESAD.

Em Portugal, somos milhares de Animadores entre técnicoprofissionais e licenciados; estamos pávidos e serenos, face à realidade nacional. Simplesmente, não lutamos por algo em que acreditamos. É preciso criar uma consciência colectiva, um grupo de políticos empenhados no desenvolvimento do Local, co-responsáveis pelas dinâmicas criadas e futuras originadas pelos projectos dos futuros Animadores uniram-se em favor de um objectivo comum. E nós Animadores, quando o faremos?

É preciso mobilizar vontades, consciências, despertar para a realidade, pois só assim, seremos capazes de gerar uma consciência colectiva e lutar por uma utopia, por uma causa comum a todos nós, Animadores. Há um exemplo, há que ter a coragem de agarrá-lo, de convidá-lo a prosseguir connosco e pelo caminho convidar outros e mais outros.

Na verdade, acreditamos pouco em causas, não há vontade, nem ambição de lutar. A nossa passividade convidou-nos à resignação e estamos a aceitá-la.

Despertemos para uma causa que se chama ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL.

segunda-feira, 12 de março de 2007

Pseudoformação de Animadores Socioculturais

A algum tempo atrás tomei conhecimento de que a Universidade da Madeira disponibiliza entre os diversos cursos de grau de licenciatura, os cursos de Ciências da Educação e Ciências da Cultura.

O meu espanto e "revolta" tem origem no facto dos cursos referenciados, preverem como possível saída profissional dos futuros licenciados, o exercício profissional como Animadores Socioculturais e Animadores Culturais, respectivamente. Ainda para mais, o plano de estudos do curso de Ciências da Cultura não tem uma única disciplina que aborde a Animação Sociocultural e um perfil de Animador.

De acordo com a apresentação do curso de Ciências da Educação, um dos objectivos da formação neste curso é "planificar e dirigir actividades de animação sociocultural". No plano de estudos do curso de Ciências da Educação encontramos apenas, uma disciplina semestral intitulada "Animação Sócio-Cultural"; razão para perguntarmos: Que modelo de formação para os Animadores? Que espécie de Animadores serão os indíviduos provenientes destes cursos? Um bom tema para um debate aberto e esclarecedor.

Uma outra constatação recente, e esta vem sendo publicitada na comunicação social regional, nomeadamente num diário da região, é a oferta do curso de Animador Sociocultural (formação complementar), num total de 225 horas, uma oferta formativa disponibilizada por uma empresa de formação e serviços.

Na nossa perspectiva, estas duas realidades são o reflexo do trabalho árduo que nós, Animadores Socioculturais somos convidados a participar na mudança dessa realidade. Um contributo que passa pela associação a grupos de trabalho com vontade de planear estratégias concertadas de diálogo e combate a uma realidade que continua a emergir em Portugal que é, a formação de Animadores descontextualizada das reais necessidades das instituições e das comunidades e baseada num modelo de perfil de Animador.

Na Região Autónoma da Madeira é uma realidade sentida de forma próxima, mas a Delegação Regional da Madeira da APDASC está a trabalhar no sentido de clarificar esta e outras conjunturas negativas para os Animadores na Região da Madeira e em Portugal.

A leitura que fazemos do exposto anteriormente, prende-se com o facto das instituições que em Portugal têm o dever político, ético e institucional de regulamentar a prática do exercício da Animação Sociocultural alinharem por uma batuta que não é a sua. Esta realidade origina outras realidades muitíssimo negativas - maior taxa de desemprego entre os Animadores Socioculturais com formação académica específica (aos níveis de técnico-profissional e de licenciatura), o empobrecimento e consequente fragilidade do papel que o Animador Sociocultural tem procurado definir no quadro das relações institucionais.

É chegada a hora de intervir... Façamo-lo com a consciência de que o fazemos não pelos outros, mas por nós.

quarta-feira, 7 de março de 2007

2007 - Ano Internacional de Igualdade de Oportunidades para Todos - Uma visão desde a Animação Sociocultural


O Parlamento Europeu e do Conselho instituiu 2007 como o Ano Europeu para a Igualdade de Oportunidades para Todos. Esta iniciativa comunitária tem como objectivo central sensibilizar a população para os benefícios de uma sociedade mais justa e solidária através da promoção da igualdade.

Esta é uma oportunidade para a operacionalização de projectos de Animação Sociocultural no âmbito da promoção da cidadania e da socialização de grupos e comunidades, que em situações específicas são discriminadas pelo poderes instituidos e despromovidas de mecanismos de acção em favor de igualdade de oportunidades no âmbito da educação, do acesso à alfabetização cultural e à participação na vida comunitária.


É necessário facultar instrumentos e construir espaços de acção que sejam um incentivo para a consciencialização colectiva da diversidade cultural e de inclusão de grupos que muitas vezes são "olhados" de forma diferente. Esta é uma realidade a que nos habituamos e toleramos, mas que pouco ou nada fazemos no sentido de possibilitar a integração sociocultural de pessoas de diferentes culturas, outras com baixo grau de escolaridade ou portadoras de deficiência, cidadãos que em casos localizados apenas conhecem a realidade local, mas, são cidadãos do mundo.


É na diversidade que está a riqueza cultural, onde poderemos descobrir novos sentidos para a democracia; o convite à participação na vida cultural local e a promoção da cultura do Outro são factores de inclusão social e de vivência do pluralismo cultural que nos nossos dias é uma realidade incontornável. E porque estamos a problematizar a inclusão social e a igualdade de oportunidades para todos, importa frisar o papel que a Animação Sociocultural assume na inclusão de grupos sociais mais desfavorecidos ou de faixas etárias mais vulneráveis, no âmbito das relações sociais ao nível da comunidade local.


Entendemos que a Animação Sociocultural tem que assumir um papel estratégico na operacionalização de acções em favor da Igualdade de Oportunidades para Todos. A Animação enquanto metodologia de intervenção no social e de catalização de meios para a promoção social e autodesenvolvimento dos grupos deve constituir com os protagonistas da acção, formas e conteúdos para a afirmação das suas identidades socioculturais e plena integração na comunidade local.


A Animação Sociocultural deve potencializar a democracia nos processos de consciencialização para valores como a tolerância, a convivência multicultural, o respeito mútuo, a solidariedade e a cooperação. Estes são princípios universais de uma sociedade que tem como utopia fomentar a igualdades de oportunidades para todos os cidadãos que co-habitam num determinado território. A (re)inserção social é uma acção quotidiana que deve ser partilhada pelos diferentes agentes do social, mormente os Animadores Socioculturais, pois, estes trabalhadores culturais desenvolvem um trabalho próximo dos grupos ao nível do desenvolvimento de acções concertadas que visam o seu próprio desenvolvimento.

Os projectos que sejam desenvolvidos no quadro do Plano Nacional de Acção do Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos devem contribuir para a promoção da cidadania e divulgação dos Direitos Humanos, a par da solidariedade intergeracional como factores de cidadania.

sábado, 3 de março de 2007

Continuemos a debater a Animação Sociocultural

Terminou o 1º Forum de Animação Sociocultural sob a égide da Rede Iberoamericana de Animação Sociocultural (RIA). Neste forum muito se escreveu; expressou-se sentimentos e formas de sentir a Animação Sociocultural, enquanto processo provocador de mudanças, instrumento de acção ao serviços dos grupos e comunidades. Discutiu-se distintas realidades quotidianas inerentes ao exercício da Animação Sociocultural de forma peculiar, o dualismo Animador Sociocultural profissional/voluntário.

Acerca deste binómio tive a oportunidade de expressar a minha opinião anteriormente e que pode ser lida neste blog, no post "Animador Sociocultural profissional ou voluntário". Mas outros temas que se cruzam com a prática da Animação foram focados, nomeadamente, o associativismo, os problemas inerentes à prática da Animação, os novos âmbitos que vão ganhando território e que não deixam de ser âmbitos da Animação Sociocultural no espaço iberoamericano.

Ficou expresso de forma clara a necessidade de estudar a realidade social da Animação Sociocultural e a formação académica dos Animadores, com especial incidência para o Ensino Técnico-profissional. E despoltar acções concretas no social e institucional, no sentido de dignificar a profissão do Animador Sociocultural.

Aqueles que tiveram a oportunidade de participar no forum procuraram responder ao tema do mesmo - "De que falamos quando falamos de Animação Sociocultural?". Foi um desafio e um estímulo para nós, Animadores, que no quotidiano e partindo da realidade social procuramos encetar novas estratégias que possibilitem uma melhor e mais amena relação das comunidades com os problemas vividos.

O forum foi concerteza um espaço de comunicação e Animação entre os participantes. Eles deixaram testemunhos, relataram experiências e reflexões que originaram outras interrogações acerca do que é a Animação Sociocultural. A participação portuguesa fez-se sentir pelo testemunhos de alguns Animadores. O acompanhamento quase diário do que se escreveu, despoltou em mim, um sentimento de luta no sentido, de que é necessário construirmos um espaço de comunicação e debate entre Animadores profissionais ou voluntários, sejam eles, Animadores Socioculturais, Educativos, Sociais ou Animadores de Tempos Livres. Urge debatermos a Animação em Portugal, é nossa responsabilidade contribuirmos para a história da Animação Sociocultural no espaço lusofono e iberoamericano.

quinta-feira, 1 de março de 2007

Curso de Iniciação à Animação Juvenil

O curso de Iniciação à Animação Juvenil operacionalizar-se-á em três edições que acontecerão em regimes pós-laboral e residencial, de acordo com as seguintes datas:


- 5 a 25 de Março em Lisboa/ Alfragide

- 24 a 30 de Março em Albufeira/ Algarve

- 31 de Março a 6 de Abril em Vila Nova do Ceira/ Coimbra


A acção de formação em Animação Juvenil é dinamizada pela UPAJE - União para a Acção Cultural e Juvenil Educativa e tem como destinatários jovens a partir de 18 anos, interessados em desenvolver e aperfeiçoar as suas capacidades como futuros Animadores de colónias de férias e centros de tempos livres.

A UPAJE é uma instituição que visa a promoção de projectos de Animação de Tempos Livres baseados em metodologias de educação não formal.


Para mais informações/ inscrições: www.upaje.pt